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Entrelinhas de Mulher

Mãe, eu não sei escolher!


Mãe, eu não sei escolher!

Eu sempre tive uma queda por crianças! Na verdade, queda é pouco! É um abalo sísmico! Kkk
Sinto-me conectada à elas pela doçura, pela espontaneidade, pela capacidade de aprender, de se reinventar e claro, pelo amor!
Estes dias, uma amiga me contava da filha. Que tinha se divertido muito com  uma situação que havia se passado com a menina. E além disso, algo tinha tocado seu coração. Fiquei atenta aquele relato.

Martinha e suas escolhas

A situação era a seguinte. Martinha amava dormir na casa da tia. Eram noites aguardadas ansiosamente! Afinal, quem não gosta do aconchego de tia? Bagunça boa, risada farta, pipoca fresca e abraços quentes.
Neste dia, Martinha pediu sorrindo a mãe: posso ir dormir na tia? De repente, fechou o sorriso e exclamou: mas amanhã é seu aniversário mãe! Quero acordar e cantar parabéns para você!
A mãe sorriu e replicou: não tem problema querida! Se você quiser ir, eu combino com a tia para te trazer na depois do café da manhã. Pode escolher tranquilamente!
Martinha sorriu e disse que ia escolher.  Deu um beijo na mãe e foi brincar no seu quarto.
Não deu nem 5 minutos, voltou chorando e declarou: Mãe, eu não sei escolher!

Fonte: Visual Hunt

A mãe espantada perguntou: porque está chorando? Como assim não sabe escolher?
Ela respondeu: eu quero as duas coisas mas tenho que me decidir por uma só! Não sei como escolher!
A mãe a abraçou e disse que era normal se sentir em dúvidas. Que ela poderia decidir mais tarde.
Minha amiga disse que, embora engraçado, ela, muitas vezes tinha vontade de gritar que não sabia escolher. Rimos, porque afinal, quem nunca?
E ela me perguntou como poderia ajudar Martinha, porque o assunto tinha ficado em “aberto”.  Acabou decidindo que ela ficaria em casa para cantarem os parabéns logo na passagem da meia noite e tudo ficou certo embora nada tenha ficado resolvido.

Quem nunca?

Fiquei pensando em Martinha,  que no auge da maturidade dos seus 6 anos, conseguiu expressar tão lindamente a angústia que nossas escolhas nos causam!   Porque né?  Escolher, as vezes, é phod*!
Escolher é  viver a alegria da chegada da decisão e sofrer com a triste partida de centenas de possibilidades.
Escolher também é não saber decidir entre o bom e ótimo, entre o certo e o duvidoso,  entre ir e ficar, ou ainda ter que optar entre garantias e promessas ou entre sonhos e realidade e por ai afora.
Pensei, caraca! Como posso ajudar esta mãe e esta menina?
Refleti sobre meus processos de escolha. Como tinha medo de escolher errado, de ser julgada pelas minhas escolhas e como minha mente me importunava com tudo de ruim que podia acontecer se eu não avaliasse bem os riscos. Eu sofria para caramba, até incluir meu coração e minhas emoções nas minhas decisões. Embora muitas pessoas dizerem que não se escolhe no calor da emoção, eu descobri que tampouco no “frio” da razão! É preciso um tempo para se ouvir. Um tempo para sentir o que é melhor. Um tempo para alinhar a mente ao coração!

Então respondi!
“Amiga, vocês podem ajudá-la a elencar o que tem de mais legal em cada possibilidade e decidir “numericamente”. Podem pedir para ela se imaginar em uma e na outra situação e “perceber” onde está mais legal. Podem dizer para ela escrever as possibilidades em papéis e sortear e podem até contar como você mesma faz para decidir. Mas o ideal é proporcionar a experiência da escolha para que ela se sinta mais segura nestas ocasiões!

Vale começar com coisas simples, como por exemplo: você quer usar o vestido azul ou o vermelho? Ou: você prefere fazer a tarefa antes ou depois do banho?

A capacidade de escolha pode sim, ser treinada! E, muitas vezes, na ânsia pela “obediência” ou pela pura falta de tempo, privamos nossos filhos desse aprendizado…

Sei que nós, as mães, fazemos tudo em nome desse amor que nos inunda. Temos medos que façam escolhas erradas! Mas só se aprende a escolher, escolhendo! Então, que comecem esse exercício cedo, sob nossa (doce) supervisão!

E, por fim, se fosse eu, levaria a Martinha para a sala, colocaria uma música bem suave e diria que ela fechasse os olhinhos. Depois que pediria que colocasse a mão no coração e prestasse atenção nas batidas tão lindamente ritmadas. Então explicaria que quando temos dúvidas, o coração é um grande conselheiro! Que se ela prestasse atenção ele contaria onde ela queria estar de verdade. Revelaria que o coração faz desaparecer o medo de escolher errado e o medo da nossa escolha magoar o outro.
Quando ela abrisse os olhos eu perguntaria como foi e daria mais uma dica: quando escolhemos “certo” nosso coração se inunda de paz e dá um abraço na razão!

Pensa que exercício mais  lindo de viver!

Minha amiga me agradeceu e disse que faria exatamente isso! Depois, abraçou-me e falou que ela também tinha começado, finalmente, aprender como fazer escolhas!

Fonte: Visual Hunt

Que possamos ensinar nossas crianças (e nossas crianças interiores) a escolher e a ouvir (também) a voz do coração!   <3

Sigo contigo no amor!

Dani

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