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Grisalhas assumidas

Nossas decisões e as opiniões não pedidas


Se tem uma coisa que brota sem ser plantado é opinião.

As pessoas já opinam sobre  a nossa roupa, nossa comida, nossa saúde, sobre o nosso  cabelo então…

Lembro quando a minha vontade de assumir o meu cabelo branco começou a surgir, minha maior preocupação não era se ficaria bonito, se eu me sentiria bem, minha preocupação era sobre o que os outros iriam achar.

Como serei vista no meu trabalho, na vizinhança e até dentro de casa?

Eu reprimi essa minha vontade por muito tempo, alguns anos, e só realmente criei coragem quando engravidei.

Essa estratégia me permitiu ter uma boa desculpa, sempre na ponta da língua para as opiniões mais descabidas.

Lidar com as críticas que vem em enxurrada não é fácil, principalmente quando essas críticas são de pessoas próximas e sobre nossa aparência.

Exige uma dose muito grande de auto estima e auto confiança, que não estão assim tão presentes todos os dias.

Vivemos em uma sociedade com padrões impostos, onde se você não tiver medidas corporais adequadas, cabelos impecavelmente cuidados, maquiagem esplêndida, e aparência de até 30 anos (no máximo heim), você está fora. 

Mas quantas de nós estão enquadradas nesses quesitos? Eu nunca estive…

Claro que eu gostaria de usar um jeans 38, ter uma pele de pêssego sem me preocupar em  cuidar dela e um cabelão de fazer inveja à própria Rapunzel. Mas a realidade não é essa…

Eu me desdobrava pra cuidar do meu cabelo e ele nunca ficava bom, quando eu acertava na cor, a textura estava péssima, aí eu cortava e acreditava na promessa de que ele cresceria saudável à partir daí.

Só que não! Eu tinha que pintar, fazer progressiva, usar secador sempre, e logo o cabelo estava um bagaço outra vez.

Até que eu deixei ele crescer, livre de todas essas químicas, e o resultado foi surpreendente.

Meu cabelo não precisava de tanta química, precisava apenas respirar. Foram crescendo uniforme, com um mesclado de branco e castanho, com um caimento bonito, igual ao das fotos que eu tenho de quando era criança. 

Com o tempo eu comecei a gostar do meu reflexo no espelho, passei a enxergar menos defeitos e mais as qualidades.

A dica é estar bem resolvida internamente, buscar uma rede de apoio (virtual, para facilitar) e prometer pra você mesmo que não vai ligar para a opinião dos outros, que vai entender que cada um acha o que quiser, mas a única opinião que realmente importa é a sua, quando o assunto é relativo ao seu corpo.

Quando a gente começa a se aceitar, a gostar do que vê, fica muito mais fácil corrigir o que incomoda.

Ninguém consegue ficar dentro de todos os padrões, e se conseguir, garanto que não estará 100% feliz, então, pra que viver correndo atrás de metas inatingíveis criadas por revistas de beleza?

Afinal, como li por aí um dia, rótulos são para geleias!

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