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Diário de um Pai Apaixonado

Gosto mesmo é de falar de amor


“Gosto mesmo é de falar de amor”

Eu adoro ler, e principalmente adoro quando os amigos do Facebook expressam seus sentimentos em textos.

Entre tantas futilidades e desavenças que encontramos nas redes sociais, como é bom ler que existem pessoas normais se emocionando com as amizades, a maternidade e o amor. E o melhor, dividindo este sentimento com o universo.

O Félix Calderaro é uma dessas pessoas que citei, que divide seus sentimentos em textos que nos fazem refletir além de nos emocionar. Sua esposa Geisa está grávida e ele se tornou o que eu chamo de um Pai Apaixonado.

 

Geisa e Felix

 

Como jornalista, o Felix  fez um montão de coisas em televisão até se descobrir santo casamenteiro. Ele largou tudo e mudou de profissão pra trabalhar em casa e viver a paternidade como se deve. Hoje ele é marido, pai, filho, irmão e amigo em tempo integral. Nas horas vagas ele é celebrante de casamentos, mestre de cerimônias e apresentador de eventos. “Gosto mesmo é de falar de amor”, cita Felix.

Lendo seu último texto, tomei coragem e convidei o Felix para ser nosso colunista. Gostaria que ele nos contasse o dia a dia da espera de seu já tão amado filho. Fiquei tão feliz por ele aceitar meu convite, e hoje iniciamos um novo espaço no nosso blog, com assuntos que todas nós amamos e pela visão de um homem: maternidade, filhos, companheirismo e principalmente AMOR.

E assim, surge o Diário de um Pai Apaixonado.

Seja muito bem vindo Felix e espero que vocês gostem como eu do que ele escreve com tanto sentimento. Ahhhhh, e como ele citou: Vamos começar a compartilhar amor por aí, que é bom demais e foi feito  pra isso!!!!!

Mônica Berlitz

 

Hoje acordei com saudades daquele abraço.

Juntei as palmas e agradeci aos céus – ainda há tempo de buscar mais um.

Pai, que me perdoem os outros 7 bilhões de filhos deste planeta: você é o melhor.

Hoje não quero só abraçar. Quero pedir perdão. De todas as ajudas que recebi nessa vida a sua foi, de muito longe, uma das mais importantes e que menos crédito eu dei. Perdão, cara! Você sempre mereceu mais. Muito mais de mim.

Obrigado por ter deixado a bola entrar quando eu chutei. Eu precisava daquela auto estima.

Obrigado por quando me deixou perder, um tempo depois. Eu precisava da humildade singela que mora na lição da derrota.

O mundo nos educa pra acertar. Sempre. E todo dia a gente faz um montão de coisa pra agradar esse tal de mundo. Nem sei quem eles são. Mas tem a roupa certa, o jeito de falar, o objetivo a alcançar. Tudo pra que o mundo te aceite. Mas quando eu errei e reprovei a oitava série, não foi no mundo que eu pensei. Foi em você. O medo de te decepcionar me rasgava as entranhas. Dilacerava a alma.

Obrigado por olhar nos meus olhos e dizer que aquilo não me definia. O abraço que te dei quatro anos depois não foi pra comemorar o vestibular da federal. Foi pra agradecer o cara que você sempre foi pra mim. O cara que me diz que a vitória é nossa, que já deu tudo certo, graças a Deus, amém, aleluia, muito obrigado.

E perdão, cara. De novo. Perdão porque nunca te agradeci por me ensinar a ser fiel aos meus princípios. Perdão, principalmente, por ter demorado tanto para fazê-lo.

Nunca foi falta de amor. Faltava-me compreensão. Faltava conhecimento de causa. Pra entender você de verdade, faltava ser pai. Já não falta mais.

Hoje acordei com uma vontade insana de escrever para o meu bebê. Foi aí que entendi você, meu pai. A carta diz assim:

“E então você chegou.
Não teve aviso e, ao mesmo tempo, teve sim.
De repente uma lanterna acendeu no olhar dela.
Sua mãe brilhava.
Não como as estrelas e luas que nela via até então. Mais.
Brilhava um sol sem fim. Um mundo sem bordas.
Sentia que nela brotava uma força que era maior que nós dois juntos.
E foi assim que descobrimos que você viria – eu me senti pai. E que sua mãe era mãe. E
foi. E fomos. Somos.
“Duas linhas, duas linhas” ela gritava. Eu já chorava. Eu já sabia. Eu já esperava.
E te espero agora. Mais ainda e outra vez. Que venha menino, que venha menina. Que
seja menino, que seja menina. Te quero com cada centímetro da minha alma. Cada ruga
do meu ser. Cada pingo de bem querer. Te quero.
Ontem ouvi seu coração bater pela primeira vez.
Hoje é o primeiro dia de uma nova vida.
Sou pai”.

E te amo muito, meu pai.

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