fbpx
Coisas de Alice

Toque das mãos


Saudações!

Hoje me permiti fazer um “algo diferente” para o nosso site!

Escrevi a crônica “Toque das mãos” que pode promover um reflexão acerca da realidade e quem sabe, ser uma excelente alavanca para discussões com nossos pares.

Toque das mãos

  No começo tudo era uma novidade encantadora… Humanos circulam nas ruas, shoppings, mercados e feiras livres com seus novos “pets”… Robôs humanóides, capazes de sorrir, gesticular, ouvir e aparentemente compreender…

171564947_8a23a79730_o

As frágeis e conturbadas relações humanas foram lentamente sendo substituídas pelo fortalecido vínculo homem-máquina.

Afinal de contas, os amigos de lata e silício eram honestos, verdadeiros… Estavam sempre presentes, sorrindo e esperando um novo comando… Eram dóceis, inteligentes, incansáveis… Nunca discordavam…

Solidão, silêncio e abandono eram conceitos definitivamente ultrapassados… Ah! Sem falar que, segundo as mulheres, tais máquinas possuíam uma impressionante qualidade: a fidelidade.

E assim, a despeito das mais revolucionárias tecnologias de comunicação como celular e internet, os humanos foram deixando se relacionar…

As reuniões, os recados e até mesmo as corteses visitas eram realizadas pelo robô-pessoal, ou personal robot (PR)…

Todos comemoravam sua sorte, sua habilidosa estratégia de fugir de compromissos e pessoas entediantes e do absoluto aproveitamento de tempo que permitia o ócio “criativo”…

O tempo porém, implacável em seu formato não-renovável, foi desconstruindo este oásis de ilusão…

A habilidade de comunicação, inata, foi “involuindo”… Os núcleos familiares, já tão desgastados, desapareceram… O capital humano foi reduzido a memória…

A teoria de que o homem é uma ilha transformou-se em prática.

De bilhões, passamos a milhões…

E enfim, neste caos, alguns saudosos rememoravam as delícias do calor humano. Do afagar, do tocar, do abraçar, do sentir e do pulsar…

Refletiam tardiamente, como foram tolos ao se envolverem demasiadamente com as máquinas… Lamentavam o tempo perdido, os filhos perdidos, a vida perdida entre as telas e teclas…

Então, nesta melancolia, quase sem querer, encostaram as cabeças uns nos outros, numa tentativa desesperada de consolo…

Para o toque das mãos foi um pulo e assim a humanidade recomeçou…

Por Dani Lourenço

assinatura-email-blog-clube-Danielle

COMPARTILHE

ENVIE SEU COMENTÁRIO