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Coisas de Alice

Bela, Recatada e do Lar – Uma Resposta à Revista Veja…


Saudações à equipe da Revista Veja!

Recentemente, li a matéria publicada sobre Marcela Temer, esposa do vice-presidente Michel Temer, na qual se referem a vice primeira dama como uma mulher bela, recatada e do lar.

Surpreendeu-me o fato de tão respeitável editoria semanal utilizar-se de um tom tradicional e machista para descrevê-la. Estas palavras soaram como um descritivo de uma mulher do início do século, que tinha que ser linda, reservada e viver para o lar para ser aceita socialmente, agradando aos pais e ao marido.

Como devem estar acompanhando, as redes sociais estão bombando com a hashtag #belarecatadaedolar  e as mulheres se manifestam, numa campanha viral contra padrões de comportamento autoimpostos! Um clamor por nossa liberdade de ir e vir e mais que isso, liberdade de ser!

Foto: stokpic.com

Em complemento a resposta das minhas irmãs de gênero, gostaria de esclarecer que ser bela é viver em harmonia com seu corpo, biótipo e aceitar-se e amar-se integralmente. Ser bela é ter um coração aberto ao outro, é ser mão amiga, é ser honesta e é ser o que se é… Sem medos, padrões e rótulos. O conceito de beleza é algo que transcende parâmetros físicos e alcança patamares de alma e assim, somos todas belas!

Quanto ao “recatada”, adjetivo feminino utilizado para definir uma pessoa reservada, é um traço de personalidade que não nos define ou limita! Podemos ser o que somos e como somos: recatadas, espalhafatosas, extrovertidas, tímidas, irônicas, introvertidas. Recato não é qualidade nem diferencial para ninguém.

Quanto a ser do lar? Do lar todas somos! Todas têm suas casas, suas famílias, realizam atividades domésticas cotidianas. O que nos diferencia é que algumas realizam também atividades profissionais fora do lar. Somos professoras, médicas, jornalistas, engenheiras, motoristas, manicures, mensalistas…

Foto: librestock.com

E só para finalizar, esta história de que atrás de um grande homem tem uma grande mulher, já era tá?  Ao lado de um grande homem, há uma grande mulher!

Não existe um modelo de mulher a ser seguido! Somos o que somos, sem porquês e nem “comos”! Marcelas, Marias, Alices, Danis, belas, recatadas, espevitadas, do lar e do mundo! E como já disse Simone de Beauvoir, que nada nos defina, que nada nos sujeite e que a liberdade seja a nossa própria substância.

Saudações à equipe da Revista Veja!

Atenciosamente,

Dani
Bela, tresloucada e pedagoga

 

O Clube da Alice agradece muito a contribuição de suas colunistas, em especial a nossa queridíssima Dani Lourenço.

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