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Diário de um Pai Apaixonado

Carta do Planeta Terra


Planeta Terra, 30 de março de 2018.

Filho, filha, sua mãe nunca se deu bem com o próprio corpo.

Daquelas relações cheias de ruídos que você até tenta, mas não consegue ficar dois dias inteiros sem brigar, sabe como?

 

 

Ela é linda. De tudo quanto é lugar que se olha. Ela é, eu juro. Você vai ver. Mas foi quando ela engravidou de ti que algo mudou.

Dessas relações que encontram leveza no caos. Parece que entre ela e o corpo foi assim. Com o seu não precisa ser não.

Pode ser mais simples.

Pode ser mais leve.

Leveza, meu amor, começa por aprender a dizer não. É o tal do “não amoroso”.

Se você for menina eu não vou furar a sua orelha que é pra você, filha, escolher se sim ou não. Você vai ser astronauta, pedreira, lixeira, engenheira, tanto faz. Você vai ser o que quiser.

Se você for menino vou te deixar brincar de tudo. Vai usar rosa, vai brincar de casinha e vai ter boneca se você quiser. Se quiser. Se não quiser a gente vai construir um carrinho de madeira juntos pra você aprender a dar valor ao que o dinheiro não compra.

E também vamos largar mão disso tudo e deitar na grama, ouvir o vento, ver a velocidade das tartarugas. Que é pra você aprender a gostar também daquilo que é simples.

Não vou te incentivar a dar beijo e abraço em quem você não queira porque afeto, quando é sincero, encontra outro jeito. E não acho nada disso um exagero, meu amor, porque escutar fora é importante, desde que seja com o ouvido de dentro.

Não caia nessa armadilha de que só a mente pensa. Porque é aí que o corpo pesa. E pesado mesmo, meu bem, é acreditar que a beleza mora nas capas de revista ou te ensinar a ser educado ou educada antes mesmo de ser uma pessoa honesta.

Depois de você sua mãe aprendeu, e eu aprendi com ela, que saúde é nunca calar o nosso corpo para ser amado por um outro.

Seja você, ame você, cuide de você. E que amem a beleza que mora em ti.

Com amor, seu pai.

“Félix Calderaro é jornalista e fez um montão de coisas em televisão até se descobrir santo casamenteiro. Largou tudo e mudou de profissão pra trabalhar em casa e viver a paternidade como se deve. Hoje ele é marido, pai, filho, irmão e amigo em tempo integral. Nas horas vagas ele é celebrante de casamentos, mestre de cerimônias e apresentador de eventos. “Gosto mesmo é de falar de amor”.”

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