fbpx
Vamos falar de Autismo?

Ferramentas práticas para ensinar neurodiversos com autismo


Aqui no Clube da Alice, temos muitas pessoas que trabalham com educação.

Hoje o texto do blog Vamos falar de Autismo?, vai especialmente para esse público que pode fazer tanta diferença na vida de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

O professor doutor Eugênio Cunha esteve em Curitiba no final do ano passado para ministrar o curso “Autismo na Escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar”, em que discutiu sobre as formas de ensino para país e professores de escolas de diferentes perfis.

O ponto de início segundo ele é observar bem a criança, perceber suas potencialidades, os pontos que precisa desenvolver e seus métodos de aprendizagem, lembrando que cada criança é única. “O modelo de educação que funciona verdadeiramente é aquele que começa pela necessidade de quem aprende e não pelo conceito de quem ensina”, é o pensamento do professor.

Para ensinar no mundo contemporâneo alunos neurodiversos, é preciso reavaliar as práticas pedagógicas da sala de aula. O raciocínio é lógico: se a criança aprende de uma maneira diferente da convencional, também é necessário ensinar de uma forma diferente, criar alternativas de aprendizagem. “A inclusão começa na alma do educador”, segundo o professor, e ele precisa aceitar o desafio de transformar o medo
da inclusão em esperança de um ensino que contemple a todos.

Os professores devem incluir no seu plano de ensino: situações planejadas, soluções de problemas, atividades que permitam a autorregulação e atividades permeadas pelo afeto e pelo interesse. Dois currículos complementares são necessários: currículo adaptado e currículo funcional. Com a adaptação, o conteúdo e as ferramentas são adaptados para as formas de aprendizagem do aluno, enquanto o currículo funcional reforça os interesses e os afetos do aluno no plano pedagógico.

Para um novo formato de ensino, são necessárias estratégias diferentes, sempre em busca da que funciona melhor para o aprendizado de cada criança.

 

 

Para ensinar a linguagem:

– livros com imagens
– letras grandes em EVA, que permitam ao aluno formar palavras;
– ensino de palavras antes de sílabas
Para o desenvolvimento motor:
– jogos em grupos
– atividades com artes, músicas e orientação espacial
– esportes
– formas de madeira com diferentes curvas contribuem para a coordenação dos
movimentos

Para ensinar matemática:

– atividades baseadas no interesse
– utilização do concreto e do lúdico
– explorar o cotidiano
– utilizar jogos
– propor pequenas tarefas
– privilegiar os vínculos afetivos
Dica de ferramenta: material dourado (quadrados de madeira que permitem visualização
das operações matemáticas)

A imaginação é fundamental para o professor pensar em diferentes atividades e brincadeiras para desenvolver os conteúdos. Algumas dicas de brincadeiras são:

– brincadeira de mover bolinhas de uma área para outra com pegador de macarrão –
ajuda no desenvolvimento motor, matemático e de vocabulário;
– brincadeira de mover água de um recipiente ao outro com esponja – estimula o campo
motor e de linguagem;
– brincadeira de amarrar o sapato do amiguinho – estimula o desenvolvimento motor

Importante ressaltar a importância da comunicação da equipe multidisciplinar do aluno para tornar o ensino eficaz. Quando o professor está alinhado com o pedagogo da escola, a gestão escolar e estes com os terapeutas e família da criança, é mais fácil entender o comportamento dela e seus diversos interesses, para levar atividades dinâmicas, prazerosas e que façam sentido no seu cotidiano.

Eugênio Cunha é doutor em educação, psicopedagogo, jornalista, palestrante, pesquisador do GRUPEE/UFF/CNPQ, professor da Faculdade Cenecista de Itaboraí, CENSUPEG, coordenador da clínica-escola do autista, em Itaboraí.

Mais informações: www.superspectro.com.br

COMPARTILHE

ENVIE SEU COMENTÁRIO