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Entrelinhas de Mulher

Sozinha na multidão


Estes dias encontrei uma amiga querida no supermercado. Papo vem, papo vai ela me disse: “estava com saudades! Você nunca mais me chamou para tomar um café!”.
Sorri e respondi: “moro na mesma casa, não troquei de número de telefone residencial nem de telefone celular! Por que não me chamou?”.
Meio encabulada, ela confessou: “você é tão ocupada! Tenho medo de incomodar! Fico com medo de você não poder ir! Além do que, sempre vejo suas fotos no Face, sei que está bem!”.
Dei um abraço nela ali no meio das prateleiras, bem forte e respondi: “amiga do céu, liga! Deixa eu resolver se posso ou se não posso, combinado? Temos intimidade o suficiente para que eu aceite ou recuse seu convite, certo? E no Face não tem abraço, nem risada!”.
Ela sorriu aliviada, concordou comigo e logo nos despedimos, com um café marcado!

Sai dali pensando, quantas pessoas tem se contentado com amizades virtuais! Quanta gente deve se privar ir de encontro ao outro por este tipo de medo que minha amiga mencionou! Medo de incomodar, medo do outro ter compromisso, medo de ser intrometida, medo de ouvir um não ou medo do outro ser muito ocupado!
Perceba também que, por meio das deduções “superlógicas” da minha amiga ELA DECIDIU por mim. Ela sequer me permitiu ter recusado uma data e agendado o encontro para outro momento!
Meodeus! Quando a gente gosta de uma pessoa e cria vínculos de amizade isso não deve acontecer! Quando a gente gosta de alguém tem que haver convivência! Liga, convida e deixa a outra pessoa decidir!

Parece que há um protocolo intrínseco, que dita muitas normas de convívio social que engessam as relações e não permitem a fluidez da amizade. Além da ilusão da presença pelo post nosso de cada dia!
E quanto mais estamos na internet, mais obstáculos aparecem para o mundo da interação real! Tem que conhecer muito bem para convidar, não pode convidar em cima da hora, melhor não chamar para ir em casa, não pode chamar porque o local é muito simples, não pode chamar porque o lugar é muito chique, não convida fulano porque não quer que beltrano saiba, não convida porque o outro vai saber que gosto de chopp, não convida porque o outro só bebe suco, não chama porque o cara tem um filho, não chama porque o cara não tem filho e por ai afora!

E que fique claro, não estou dizendo para você bater à porta do apartamento da sua amiga, de surpresa às 23h de uma terça-feira porque queria papear!

O bom senso é amigo dos convites! Assim como a leveza, a alegria, a espontaneidade e a oportunidade!

 

Sozinha na multidão

As nossas relações têm se resumido à interações nas redes sociais… Interações virtuais! Vemos os filhos dos nossos amigos crescendo por meio dos posts. Enviamos gifs fofos de aniversário para aqueles que um dia nos ofereceram a primeira fatia do bolo. Abrimos diariamente votos de “bom dia” no WhatsApp sem abraçarmos, por meses, aqueles que chamamos que amigos! Escrevemos “meus sentimentos” na comunicação de falecimento da mãe da amiga, mas não temos coragem de ligar e dizer: “não sei o que te dizer, mas estou aqui se você precisar!”.  Aceitamos convite de amizade pelo Instagram mas nos recusamos a irmos a uma festa americana para conhecer “gente de verdade”!
Como coach, escuto muito as pessoas se queixarem que se sentem sozinhas no meio da multidão. Que gostariam de ter amigos como “antigamente” e também uma relação sólida, de cumplicidade… E quando eu pergunto o que cada um tem feito para habitar o mundo do outro, há uma mudez incomoda.

Mudez sim, porque o silêncio é uma forma de comunicação maravilhosa, que demanda muita convivência e cumplicidade! Só ficamos confortavelmente silenciosos com aqueles que nos conhecem profundamente! Aquelas relações verdadeiras nas quais as palavras são apenas uma das formas de comunicação! Mas isso já é papo para outro texto!

Fonte: Visual Hunt

O que fazer?

O que fazer para mudar esta realidade? Simples! Comece imaginando como era sua vida antes do celular e redes sociais. Lembra que você ligava?  Ia visitar as pessoas aos finais de semana? Lembra que você abraçava mais que “curtia”?. Sorria com os lábios e não como emoticons de risada? Então, retome este comportamento social e afetuoso! Depois, deixe essa formalidade excessiva um pouco de lado! Entre amigos há cumplicidade e liberdade.
Exerça seu direito de convidar o outro para ocupar um espaço especial na sua agenda e no seu coração! Está sozinha? Ligue para saírem comer uma pizza ou chame companhia para um netflix! Viu suas colegas de trabalho indo almoçar, pergunte se elas querem companhia! Avise sua mãe que vai almoçar com ela no domingo! Convide aquele amigo querido para uma caminhada no parque! Agende-se e vá visitar sua amiga que acabou de ter um filho! Retome vínculos do passado e torne-os do presente! Amplie a rede social mais top do universo: a rede de amigos!
(Ah! E não precisa deixar de ser um internauta ativo… apenas saiba equilibrar o mundo real e mundo virtual!).

Fonte: Visual Hunt

Juro, não dói nem é difícil! Basta começar!

A vida é muito curta para nos privarmos da companhia de quem gostamos! A vida é muito curta para ser vivida sozinha!

Bora tomar um café comigo?

Beijos,

Dani


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