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Vamos falar de Autismo?

Transtorno de Processamento Sensorial: uma realidade viva nas pessoas com autismo


Transtorno de Processamento Sensorial: uma realidade viva nas pessoas com autismo

Uma das características mais reconhecidas do Transtorno do Espectro Autista é a sensibilidade a determinados estímulos sensoriais e a ausência de resposta e contato visual. Alguns destes sintomas podem ser explicados pela existência do Transtorno de Processamento Sensorial.

Em resumo, o TPS é uma alteração nos sistemas de resposta do cérebro aos estímulos ambientais que precisa receber atenção especial durante o acompanhamento de uma criança com TEA. A única abordagem capaz de tratar o TPS é a terapia de Integração Sensorial. Porém, não é raro que este tipo de terapia seja confundido com as terapias de Estimulação Sensorial.

De acordo com a terapeuta ocupacional, existem diferenças entre os dois formatos – tanto na abordagem, quanto nos resultados. “A terapia de integração sensorial trabalha com pessoas que têm a disfunção sensorial, onde há uma dificuldade do cérebro se organizar e trabalhar como um todo, de conseguir fazer os sistemas sensoriais conversarem.

Normalmente, um sistema influencia o outro, um facilita o foco atencional em algo. Numa resposta, o cérebro consegue identificar que estimulo é importante e qual não é, um estimulo regula o outro”. Segundo ela, em um caso de disfunção sensorial, é preciso que o corpo aprenda a integrar os sistemas, identificando o que não está funcionando nesta relação.

Sistemas de sentidos

Além dos sentidos mais conhecidos – auditivo, gustativo, olfativo, visual e tátil – existem dois outros sistemas importantes no processamento sensorial:

Proprioceptivo – percepção corporal, uso da força, regulação do movimento, tônus muscular

vestibular – noção de posição de cabeça, centro de gravidade, movimento, organização espacial

Assim, a Terapia de Integração Sensorial só é recomendada para crianças que tenham o Transtorno de Processamento Sensorial. “São recursos benéficos para todo o desenvolvimento, que fazem o corpo processar, trabalhar integrado, dar uma resposta. É diferente da Estimulação Sensorial, que COMUMENTE estimula um sistema de cada vez”, orienta.

De acordo com ela, a Estimulação Sensorial é adequada quando o transtorno de processamento sensorial não está presente, utilizando assim das vias sensoriais para obter ganhos motores. é muito utilizado em casos de paralisia cerebral e para estimular o desenvolvimento de bebês prematuros.

Devido à alta incidência de TPS no TEA, normalmente é a Integração Sensorial que vai ajudar uma criança com TEA. “Se uma criança tem uma hipersensibilidade tátil, não queremos fazê-la se acostumar com o tato. Isso é muito importante, não vamos trabalhar para ela se habituar às texturas, o foco não será introduzir o elemento tátil. Se ela não gosta de toque ou de tinta, não vou começar brincando com algodão. Vou brincando com outros elementos capazes de integrar e regular este sistema e quando o tátil aparecer será combinado aos estímulos reguladores. Ou seja, vou ativar outro sistema, que é usado para inibir o tátil, para melhorar ESTE processamento”, explica.

Segundo ela, um dos sistemas responsáveis pela regulação tátil é o proprioceptivo.

Assim, se este não está respondendo adequadamente, o tato também não irá. “Neste caso, o terapeuta deve trabalhar primeiro a ativação proprioceptiva, sempre com motivação da criança, o que é um pressuposto da Integração sensorial”.

No caso do exemplo citado, essa motivação acontece por meio de brincadeiras, COMO puxar, empurrar, que trabalhem com peso, força, descarga de peso e resistência. ESTAS ações ajudam a melhorar a ativação do sistema proprioceptivo para que consiga modular melhor a sensação tátil. “Caso a textura apareça na brincadeira será junto com a propriocepção. Vou fazer a criança escalar uma escada vertical e no meio disso vão ter coisas táteis. Para brincar, se apoiar. Ou brincar de carrinho de mão em um tapete com texturas. Assim, o tátil não é oferecido isoladamente, mas sim combinado a outro estímulo capaz de fazer sua regulação, além da brincadeira por si despertar a motivação interna da criança.”

Modulação sensorial e sensibilidades

Segundo a terapeuta ocupacional Larissa Bindo, grande parte dos casos de autismo está associada aos transtornos de modulação sensorial, que é responsável por identificar intensidade, frequência e duração de estímulo. “É aí que aparecem as hipersensibilidades e as hiposensibilidades, percepção aumentada e diminuída ao estímulo, respectivamente”.

É por conta da modulação sensorial que muitas vezes a criança resiste a barulho, que não suporta o toque, o abraço, que busca sensações como precisar ser apertado.

“Existem várias estereotipias relacionadas a essa busca sensorial por uma modulação desregulada”.

A modulação sensorial também pode ser trabalhada com a terapia ocupacional.

Mais informações: www.superspectro.com.br

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