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Vamos falar de Autismo?

O que são estereotipias e como tratá-las?


 Você sabe o que são estereotipias?

Balançar as pernas, enrolar o cabelo, girar objetos, estalar os dedos. É muito comum fazermos esses movimentos e nem nos darmos conta. São ações autorregulatórias, ou seja, que são realizadas com o intuito de regular-se, organizar-se, acalmar-se.

Muito comuns em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tais comportamentos são
caracterizados por ações repetitivas e são chamadas de estereotipias.

Por mais que, à primeira vista, essas ações não tenham um objetivo final, elas podem, de acordo com a Terapeuta Ocupacional Katia Beidacki, ajudar muito a pessoa com autismo a se organizar.

Segundo ela, algumas teorias vêm procurando explicar as estereotipias presentes no TEA:

 

 

– Como forma de aliviar a sobrecarga sensorial que pode ser comum no TEA. Quando as informações sensoriais do ambiente que chegam são excessivas a estereotipia ou zona de conforto vem para proporcionar autorregulação. Este é o caso das crianças hipersensíveis – crianças que evitam alguns tipos de estímulos sensoriais, essas podem apresentar restrição alimentar, intolerância a alguns tipos de tecidos ou etiquetas, intolerância ao barulho, entre outros.

– Como busca de algumas sensações que geram intenso prazer para a criança, no caso dos hipossensíveis – as crianças hipossensíveis necessitam de uma intensidade maior de estímulos, apresentam buscas intensas de sensações, como olhar agua caindo, olhar o ventilador rodar, cheirar ou colocar objetos na boca, morder, pular ou girar.

– Pelo padrão restrito de comportamentos que podem proporcionar prazer, como o brincar. A pessoa com TEA acessa aquele repertório que possui e este pode se tornar repetitivo.

A terapeuta ainda explica que em pessoas neurotípicas também são vistos muito movimentos
repetitivos que servem para aliviar a ansiedade, irritabilidade e o estresse. “Serve para o neurotípico da mesma forma que para as pessoas do TEA. A diferença está na frequência e na intensidade, além do comprometimento que as estereotipias podem trazer à possibilidade de interação social e engajamento com pessoas e atividades”.

Para Katia, se olharmos para estes movimentos como comportamentos regulatórios, poderemos
entender que as pessoas com TEA necessitam, em algum momento, acessar sua zona de conforto para regular-se. Porém se os movimentos forem muito intensos e passarem a interferir na vida da pessoa com TEA, as estereotipias precisam ser avaliadas e eventualmente tratadas.

“O mais “eficaz” é avaliar caso a caso. Quando, como e com qual intensidade isto ocorre para cada criança individualmente. E a partir daí optar pela abordagem mais adequada. Não há método mais ou menos eficaz, mas há a abordagem mais adequada para cada criança para se alcançar eficácia. Quanto mais precoce for a intervenção certamente maior eficácia nos resultados”, explica ela.

As abordagens minimizam os efeitos das estereotipias, porém elas não são extintas. “Em geral quando estes comportamentos desaparecem observa-se que apenas foram realocados para outro tipo de estereotipia. As metodologias podem ser Integração Sensorial, ABA, Teacch, DIR- Floortime entre outras.”.

É muito importante que os pais, juntamente com seus terapeutas, entendam quais estereotipias aparecem no seu filho, assim poderá ser aplicada a abordagem mais eficaz. “A única dica certa é
que os pais busquem mais e mais manter seus filhos engajados com eles, brincando e
interagindo”, conclui Katia.

Mais informações: www.superspectro.com.br

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